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Na Educação municipal do Rio, nem a melhor escola consegue um professor

Unidade de excelência improvisa para manter aulas de alunos da 4ª série Foto: Agência O Globo

Cinco anos após travarem uma batalha para impedir a demolição da Escola municipal Friedenreich, no Maracanã, para obras da Olimpíada, a unidade é palco de uma nova luta. Mesmo sendo a escola da cidade que obteve a melhor nota no último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2015, o colégio, que pontuou 8,3, vive o drama de não conseguir contratar um único professor para a turma de 4 º ano. Funcionários se revezam no quadro negro para que alunos não percam o ano letivo.

A professora da sala de leitura dá aulas de português. A coordenadora pedagógica ensina matemática. E mesmo a diretora-adjunta entra no revezamento.

— A direção se vira como pode, mas é um paliativo. A prefeitura parece não dar a mínima. Quando ligamos para a Secretaria municipal de Educação para reclamar, eles perguntam se as crianças continuam tendo aula. Ninguém dá um prazo para a chegada do professor desabafa a dona de casa Tatiana Galvão, de 42 anos, mãe de Julia, de 9.
Localizada no Complexo do Maracanã, colada ao muro do estádio, a Friedenreich é uma craque da rede municipal. No Ideb, empatou com a Escola municipal Roberto Coelho e ficou à frente de escolas de excelência como o CAP-Uerj e o Colégio Pedro II. Agora, a direção e os pais dos alunos temem uma queda no rendimento dos alunos.

— Meu filho estuda aqui desde a Educação Infantil. Percebo que este ano o estudo que ele tem em sala está menos aprofundado que nos anos anteriores. Essa escola tradicionalmente vai além do que a prefeitura exige. Por isso os estudantes saem daqui para colégios de ponta como o Pedro II e o Colégio Militar. Agora, não sabemos como ser daqui para a frente — lamenta a economista Ana Assis, de 46 anos, que é ex-aluna da Friedenreich e mãe de Felipe, de 9 anos.




PREFEITURA ESPERA RECURSOS

Em 2013, após intensa campanha de professores, pais e alunos e várias manifestações contra a derrubada da escola, o governo estadual desistiu de derrubar a unidade para construir um estacionamento. De acordo com o Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), a falta de professores não é um caso isolado.

— No início do ano, a prefeitura chamou 500 concursados, mas não supriu a carência— diz Marta Moraes, coordenadora-geral do Sepe.

A prefeitura respondeu que a turma de 4º ano está sob a regência da professora da Sala de Leitura, conforme permite a legislação em vigor. Também informou que, no início do ano, foi autorizada a contratação de 500 professores, dos quais 379 já estão em sala de aula. Outras 350 contratações estão em andamento, de acordo com a disponibilidade de recursos.

fonte: oglobo.globo.com

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