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Apagão é mostra do que virá com privatização da Eletrobras

  

O dirigente acrescentou: "Além disso, virão as altas tarifas cobradas por esse grupo, a precarização cada vez maior do trabalho e a subserviência do setor energético do Brasil aos interesses de outros estados nacionais”.   

O apagão que, segundo o Coletivo Nacional dos Urbanitários (CNU), deixou 70 milhões de pessoas no escuro e atingiu 14 estados (regiões norte, nordeste e centro-oeste) ocorreu em meio à ofensiva do governo de Michel Temer de privatizar a Eletrobras. No Amazonas são duas as empresas ameaçadas: A Eletrobras Amazonas Distribuição e a Eletrobras Amazonas Geração. “São empresas desenvolvidas no Estado do Amazonas com as características para prestar serviço na região Amazônica”, explicou Edney.

Energia é um direito
Na opinião do dirigente, ao tentar privatizar essas duas empresas, incluídas no projeto de privatização da Eletrobras, Temer ataca a soberania brasileira e pode privar as comunidades da Amazônia do direito à energia elétrica.

“É estratégica a importância dessas duas empresas para o Brasil porque ao levar energia para essas localidades garante a ocupação da região amazônica e das fronteiras da região. Apesar de não dar lucro presta um serviço relevante para a nação ao proporcionar o desenvolvimento econômico sustentável nessa região”, completou o sindicalista.

Segundo Edney, o grupo chinês do apagão desta quarta tem se credenciado como um dos possíveis compradores do sistema Eletrobras. “Esse apagão nada teve a ver com a Eletrobras. Foi erro operacional de uma empresa privada que não investe na manutenção e não tem expertise no setor elétrico na Amazônia”, criticou.

Privatização é sinônimo de precarização
As falhas na manutenção se devem à redução no quadro de trabalhadores, lembrou Edney.  “É uma tendência natural do mercado precarizar a mão de obra. São demitidos profissionais qualificados, com maior experiência que podem levar até 5 anos para ter o conhecimento do setor elétrico, e são contratados profissionais recém-formados com salários baixíssimos e com pouca experiência, o que se reflete na qualidade da prestação dos serviços”.

O dirigente denunciou que as condições de trabalho praticadas pelas empresas privadas podem aumentar as estatísticas de acidentes de trabalho. “Quando terceiriza e admite mão de obra sem qualificação e experiência aumentam os acidentes de trabalho com morte”.

Prejuízo para a engenharia nacional
Edney lembrou ainda que o lucro perseguido pela empresa privada pode trazer, além de mortes entre os trabalhadores, custo ao conhecimento acumulado por esses profissionais qualificados que são os primeiros a serem demitidos. “Há a perda de expertise, a perda para o país de desenvolvimento de tecnologia nacional. Passaremos a absorver tecnologia estrangeira. É um prejuízo para a engenharia do Brasil, que vai deixar de desenvolver conhecimento”.

O custo da privatização coloca o Brasil em posição de subserviência diante de outros países, inclusive em uma área de fragilidade que é o setor industrial, lembrou Edney. “O que nos garante que após a privatização apagões desta quarta não comprometem a produção industrial do Brasil que concorre com a produção industrial de outros países?”, questionou.

O dirigente informou que o apagão atingiu em cheio o distrito industrial de Manaus. “Foram paralisadas linhas de montagem, linhas de produção e que geram um custo de tempo parado e da reinicialização desses processos produtivos. Tudo isso por conta da queda de energia”.

Apuração e responsabilização pelo apagão

Nota do Coletivo Nacional de Urbanitários, divulgada nesta quinta-feira (22), cobrou que o Congresso Nacional crie uma comissão que apure as circunstâncias do apagão e que resulte em responsabilização. De acordo com a nota, a State Grid não deverá ser punida pelo apagão ao contrário do que acontece com as empresas nacionais a quem são impostas “pesadas multas” pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Os Urbanitários afirmam que a privatização da Eletrobras é a pior escolha para o país porque submete aos interesses do setor privado a vida da população, a economia e a indústria de um país. “A energia elétrica não pode ser vista somente como mercadoria, e a Eletrobras não deve servir como um mero ativo a ser vendido, para fechar o rombo fiscal criado pelo próprio governo, e que agora começa a mostrar o quanto nos está deixando vulneráveis”, diz trecho final da nota.


fonte: vermelho.org

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