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Protesto de senadores suspende sessão final da reforma trabalhista. Senadoras assumem comando!

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Marcada para as 11 horas desta terça-feira 11, a sessão plenária para a votação da reforma trabalhista no Senado começou em ponto. Mas no lugar do presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB- CE), quem iniciou o trabalho foi a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que ocupou a cadeira da presidência.
Além dela, quatro senadoras sentaram nas cadeiras destinadas aos integrantes da mesa diretora - Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Regina Sousa (PT-PI). Pelas regras do Senado, qualquer senador pode abrir uma sessão, desde que haja quórum. Foi isso que as oposicionistas fizeram. 
Durante cerca de uma hora, senadores da oposição discursaram contra a reforma, até que o presidente da casa, Eunício Oliveira chegou e não gostou do que viu. Irritado, quis ocupar seu lugar, mas elas não deixaram.
Primeiro ele mesmo tirou o microfone de Fátima, “não tem som enquanto eu não sentar na presidência da mesa”, para em seguida suspender a sessão. Cerca de cinco minutos depois a luz do plenário foi cortada.
Quatro horas e meia depois as senadoras resistiam no protesto, às escuras. A sessão continuava suspensa enquanto Eunício Oliveira discutia em seu gabinete com diversos senadores e líderes para tratar da retomada da sessão de votação da reforma trabalhista.
Ventilou-se a ideia de transferir a votação para o auditório Petrônio Portela, o que motivou uma tentativa de invasão por parte de manifestantes que se reuniam do lado de fora do Senado. A oposição também condenou o que seria uma manobra para manter a votação. 
A situação causou revolta nos governistas, que alegaram tratar-se de um "atentado à democracia". O líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), classificou a ocupação da mesa do Plenário do Senado por senadoras da oposição de “procedimento antidemocrático” e “quase um crime político” por impedir o funcionamento do Senado.
"O que está acontecendo hoje no Senado, produzido pelos partidos de esquerda, usando-se das mulheres senadoras, que tomaram a mesa diretora do Plenário, é sem dúvida nenhuma algo que vai exigir do Conselho de Ética do Senado uma avaliação e providências. Esse não é um comportamento compatível com a dignidade política de quem representa o povo brasileiro no Senado da República", afirmou Bauer.
O senador Jorge Viana (PT-AC) contemporizou: "sempre sou de mediação. Mas você tem mulheres senadoras, com personalidades muito claras, que estão fazendo aqui um ato político. Elas entenderam chamar a atenção que está tendo um movimento de atropelo do Senado.
As senadoras chegaram a almoçar na mesa diretora, o que provocou a ironia de Eunício. "Deixa elas lá comendo marmita. Nesses três dias não é possível que não saiam de lá”, afirmou ao dizer também que jamais transferiria o local de votação, pois isso "abriria um precedente". 

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