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Apesar de ser maioria no eleitorado, há poucas candidaturas femininas nestas eleições


De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam 52% (mesma proporção da população geral) das 144.088.912 pessoas aptas a votar neste ano. E mesmo com a lei estabelecendo a cota mínima de 30%, as mulheres encontram dificuldades para serem firmadas como candidatas. Pelos dados do TSE, as negras enfrentam situação ainda pior.

São 493.534 pessoas concorrendo a uma vaga em câmaras municipais e prefeituras nos 5.568 municípios, sendo 156.317 mulheres (31,6%). Porém, existem apenas 12,6% de candidatas a prefeitas e 17,4% para vice-prefeitas, enquanto para vereadoras são 32,9%. No Congresso atual as mulheres não passam de 10% e no ministperio golpista não tem nenhuma.
“Não chega nem perto da maioria, que representamos na população e no eleitorado”, diz Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

A situação das mulheres negras é ainda pior. Negras e pardas são apenas 79.265 candidatas à vereadora e 652 para prefeita, ou 0,13%. De acordo com Carmela Zigoni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, candidata que se autodeclaram “negras” são ainda menos: 0,01% para às prefeituras e 2,64% querem ser vereadoras.
mulheres negras eleicao
Para a secretária da Igualdade Racial da CTB, Mônica Custódio, o baixo número de candidatas negras é um “reflexo do racismo, do machismo e do sexismo que imperam em nossa sociedade”.
Na atual conjuntura do Brasil pós-golpe, “a situação tende a ficar ainda pior, pois os homens brancos que assaltaram o poder estão acabando com todos os programas para a população negra conseguir mais oportunidades e assim saírem da invisibilidade”.
Custódio lembra que no Rio de Janeiro a candidatura de Jandira Feghali (PCdoB) à prefeitura está mobilizando as mulheres em defesa da paridade, “essencialmente as mulheres negras que sofrem dupla discriminação”. Além disso, Feghali, diz ela, “é uma mulher de fibra”. sem contar que Feghali foi a relatora da Lei Maria da Penha, aprovada em 2006.
Já a secretária da Mulher da CTB-RJ, Kátia Branco, afirma que Feghali “vai ao segundo turno e vamos vencer essa eleição para que as mulheres botem a cidade maravilhosa no rumo do combate às desigualdades. A classe trabalhadora está com Jandira (Feghali)”. ela afirma que "as políticas de mobilidade urbana e de igualdade terão vez com ela na prefeitura".
Cresce também a candidatura de Alice Portugal (PCdoB) para a administração municipal de Salvador. Ela diz que “tem muita gente cantando vitória antes da hora” e lembra que o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, estava atrás nas pesquisas, mas venceu a eleição por duas vezes.
Em São Paulo, o candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) é o único prefeito brasileiro a assinar o projeto da Organização da Nações Unidas (ONU) Mulheres “Cidade 50-50” (saiba mais aqui), comprometendo-se com a paridade entre mulheres e homens nos cargos públicos.
Indígenas
No que se refere aos povos indígenas, são 1.702 candidatos em todo o Brasil (0,3% do total), dentre os quais 29 para o cargo de prefeito e 1.613 para os cargos de vereador.
Marcos Aurélio Ruy - Portal CTB com informações do Inesc
fonte: portalctb.org

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