O presidente nacional da OAB, Marcos Vinícius Coêlho, se
manifestou pelo direito de defesa depois que procuradores da República
divulgaram uma nota apontando "total irresponsabilidade, senão
desespero" da advogada da Odebrecht Dora Cavalcanti, que concedeu
entrevista ao jornal O Globo; "Numa democracia, a defesa tem não só o
direito, mas o dever de usar todos os dispositivos legais que estiverem ao seu
alcance quanto atua a favor de seus assistidos. Por isso, a OAB repudia
manifestações que soam como intimidações ou tentativas de se impedir que
advogados usem as ferramentas que estão a seu dispor para a defesa de seus
clientes", declarou Coêlho; ele acrescentou que a entidade não aceitará
que "advogados sejam diminuídos" e ressaltou que "defesa e
acusação são igualmente importantes para um processo justo"
Por Felipe Luchete, do Conjur - O presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coêlho,
declarou que o combate a crimes não pode enfraquecer o Estado Democrático de
Direito e disse que a entidade não ficará omissa quando detectar problemas ao
exercício da defesa. Ele falou à revista Consultor Jurídico depois que
procuradores da República criticaram afirmações da defesa da Odebrecht,
empreiteira investigada na operação "lava jato".
A controvérsia começou no último sábado (27/6), quando o
jornal O Globo publicou entrevista com a advogada Dora Cavalcanti, uma das
representantes da empresa. Ela disse que a prisão preventiva de executivos foi
decretada sem necessidade e que estuda uma denúncia "até internacional
pela violação de direitos humanos" dos seus clientes.
Em resposta, os procuradores da República que atuam na
"lava jato" divulgaram nota nesta segunda-feira (29/6) considerando
as declarações como "uma total irresponsabilidade, senão desespero".
Para a força-tarefa, "a insistência da Odebrecht, bem como de seus
advogados, em negar a realidade, (...) e a falta da aplicação pela empresa de
qualquer sanção àqueles que praticaram os crimes apenas confirma as demais
evidências de que a corrupção era determinada e praticada na cúpula da
empresa".
Ainda segundo a nota (leia a íntegra abaixo), a advogada
sugere que "estão mancomunados" procuradores, delegados da Polícia
Federal, o juiz federal Sergio Fernando Moro e integrantes do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal
Federal.
Já o presidente da OAB afirma repudiar "manifestações
que soam como intimidações ou tentativas de se impedir que advogados usem as
ferramentas que estão a seu dispor para a defesa de seus clientes". Coêlho
considera "inadmissível" a tentativa de "uma suposta situação de
conflito entre advogados e ministros de tribunais superiores".
Fonte: Brasil 247
Link: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/186866/OAB-se-coloca-contra-%27intimida%C3%A7%C3%B5es%27-a-advogados.htm
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